Existe Business Intelligence (BI) no Governo?
Há pouco tempo, a coleta e a análise de dados eram ações próprias da iniciativa privada, que buscava com isso aprimorar seus resultados de negócios. No entanto, hoje, o Business Intelligence no governo já se tornou uma realidade. Já são centenas de casos de sucesso espalhados pelo mundo, e o Brasil não está de fora.
Entenda o que é exatamente esse conceito de BI, que benefícios pode trazer para a população e quais tendências já são percebidas para a aplicação dessa estratégia. Confira!
O que é BI — Business Intelligence?
O Business Intelligence é um conjunto de técnicas e conceitos que busca coletar dados de diversas fontes, como sistemas ERP, CRM e planilhas, e os reúne em uma única plataforma, na qual serão organizados e analisados para a formação de relatórios e dashboards. Essas informações servem de base para a tomada de decisões.
Assim, BI não é apenas uma ferramenta, mas também um conceito ou uma metodologia que agrega as melhores práticas para combinar a tecnologia, as competências de negócio e os processos para facilitar a análise de dados. O intuito é tornar as decisões mais precisas e, com isso, otimizar o desempenho geral da organização.
Como funciona o BI?
Tudo se inicia na captação de dados distribuídos em diversos departamentos da empresa, órgãos do governo, arquivos digitais etc. Esses registros serão alocados em um banco de dados único, conhecido como Data Warehouse, e modelados segundo as necessidades do empreendimento.
Esse sistema se torna a base para a visualização dos dados por meio de métricas, gráficos, animações ou qualquer outro recurso que permita uma compreensão rápida e global dos processos e resultados da organização. Assim, a gestão do negócio passa a usar o data driven para guiar as decisões estratégicas, ou seja, baseando-se em dados.
O BI pode ser usado na gestão pública?
Embora geralmente seja associado a empresas privadas, o BI também pode ser aplicado em todas as áreas do poder público, sempre visando o apoio e o suporte à:
- tomada de decisão;
- normalização dos dados obtidos de qualquer que seja a fonte;
- automatização de processos;
- agilização e facilitação na divulgação de informações e resultados.
As ferramentas de BI podem proporcionar uma forma de acumular dados, identificar padrões e inserir fórmulas complexas que vão auxiliar na preparação de análises, relatórios, painéis e visualizações de dados de forma mais objetiva e mais ágil, visto que os censos podem demorar bastante tempo para serem concluídos.
Um bom exemplo é a iniciativa da Celepar (Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná). O sistema desenvolvido informa o número de ocorrências de desastres no estado, além de dados sobre desalojados, mortos, feridos, desabrigados e prejuízos financeiros.
Essas informações podem ser repassadas para a Defesa Civil, a fim de auxiliar a gestão pública na tomada de decisões, tornando as ações mais ágeis e mais precisas, conforme as necessidades da população.
Achou interessante? Então, saiba mais sobre as principais tendências de Business Intelligence no governo!
Quais são as tendências de BI governamental?
Com o crescimento no uso de técnicas de BI, já se observa muitas iniciativas promissoras que ampliam significativamente a participação popular e a eficiência na criação de políticas públicas, como veremos a seguir:
O uso do Business Intelligence no governo vai se tornar o padrão
É muito recente o surgimento de iniciativas públicas para compartilhar as informações, capacitando e contratando profissionais e empresas parceiras para atuar na análise de dados. Essa gestão data driven tem se tornado uma prioridade em muitos governos.
Dados se abrem à população
A tendência é que o volume de dados gerados pelo governo e disponíveis à população continue a se expandir. Cidadãos, universidades, organizações não governamentais e outros interessados terão cada vez mais acesso à informação, permitindo que se tornem parceiros e colaboradores do governo. Essa nova cultura contribuirá para que o poder público desenvolva políticas direcionadas às necessidades da população.
Cresce a análise colaborativa
Com as novas tecnologias em nuvem, que permitem a interação em tempo real e o compartilhamento de dados, os governos tendem a ficar mais próximos dos seus cidadãos e de outras instituições, de modo que será mais comum a abertura de diálogo sobre as políticas públicas e programas governamentais.
As pessoas poderão acessar, analisar e opinar sobre as decisões do governo de modo mais participativo, até mesmo compartilhando dados e descobertas para fomentar discussões que sejam úteis à população.
A tomada de decisões baseada em dados toma conta da gestão pública
Embora os órgãos públicos gerenciem um volume absurdo de dados sobre a população, nem sempre esses registros são otimizados a fim de serem usados de modo estratégico na tomada de decisões. No entanto, cada vez mais o governo vai reconhecer a importância da análise dessas informações.
O setor de TI ganha uma posição estratégica no setor público
Com uso cada vez mais intenso de tecnologias e sistemas de armazenamento e análise de dados, o setor de TI deixa de ser apenas um elemento que provê suporte operacional e ganha um status estratégico para o governo. Trata-se da enorme função de criar um ambiente adequado para aprimorar a interação entre a população e o Estado e dar a base para a flexibilidade, a agilidade e a inovação dentro da gestão pública.
A migração ocorre de modo intenso para a nuvem
Todos esses recursos não seriam possíveis sem a nuvem. Apesar de certa resistência inicial a esse modelo de computação, a tendência é que a migração para a cloud seja natural. A análise baseada em nuvem será o instrumento essencial para agregar maior velocidade e escalabilidade aos sistemas do governo, ao passo que novas normas surgem para garantir a segurança e a integridade das informações.
O analytics se torna mais acessível
Recursos que antes eram acessíveis apenas aos grandes players do mercado expandem sua disponibilidade aos usuários do governo, como escolas, agências de saúde e departamentos de transporte e segurança. Assim, as habilidades e as ferramentas de análise continuam a se ampliar nos órgãos públicos.
Quando se fala em tendências, pode parecer algo distante de se tornar realmente concreto e realizável. No entanto, essa estrada já começou a ser trilhada, tornando-se um caminho sem volta. Saiba como!
Existe um roadmap para chegar lá?
Existe um cronograma de metas a serem atingidas para os anos de 2016 a 2019. A portaria Nº 68, de 7 de março de 2016, aprova a instituição da Estratégia de Governança Digital (EGD) da Administração Pública Federal, na qual a Secretaria de Tecnologia da Informação fica como responsável pela implementação e execução.
O objetivo do programa é informatizar os serviços que o poder público presta à população, lançando mão de tecnologias da informação e comunicação para fomentar a participação dos cidadãos nas tomadas de decisão do governo, a fim de que este se torne mais eficaz, responsável e transparente.
Além disso, o Decreto 8.638 institui a Política de Governança Digital, com propósitos semelhantes à EGD, visando:
- benefícios da tecnologia na prestação dos serviços;
- estímulo à participação popular;
- disponibilização de informações para os cidadãos.
Portanto, as políticas públicas já correm em direção à digitalização e a uma base firme para a aplicação de técnicas de Business Intelligence no governo.
Gostou do nosso conteúdo? Então, continue conosco e saiba mais sobre como tomar decisões baseadas em dados confiáveis lendo nosso post sobre gestão data driven!