8 indicadores de educação que todo gestor público precisa conhecer
Como avaliar a qualidade das instituições de ensino? Mais que uma resposta subjetiva, é preciso analisar indicadores de educação. Somente a partir de dados confiáveis é possível chegar a uma conclusão e propor soluções eficazes que contribuam para que essa área fundamental alcance os resultados desejados.
Este post vai ajudá-lo a conhecer esses indicadores e preparar sua comunidade escolar para dar um salto em qualidade a partir dessas avaliações. Preparado para começar?
8 indicadores de educação que o gestor precisa conhecer
Indicadores são os sinais que permitem avaliar as condições de determinados aspectos, permitindo sua qualificação. No caso da escola fundamental, documentos oficiais estabelecem algumas dimensões que devem ser consideradas na avaliação.
A função desses indicadores é permitir um diagnóstico dos diferentes aspectos de uma instituição de ensino. Com base nos resultados, é possível identificar o que vai bem e o que deixa a desejar, a fim de propor ações para melhorar essas condições.
Vamos, então, conhecer esses indicadores e as dimensões que eles avaliam:
1. Ambiente educativo
Além do ensino formal, a escola é um espaço para a construção da cidadania. Nela, o ser humano deve ter a oportunidade de se desenvolver nos aspectos físico, mental, emocional e social.
Para que isso aconteça, o ambiente deve dispor não só de recursos físicos, materiais e humanos, mas também de um clima de respeito e aceitação, que favoreça a aprendizagem e convivência.
Para avaliar se esse ambiente é propício ao desenvolvimento, a equipe precisa responder perguntas que se referem à amizade e solidariedade, alegria dos alunos em frequentar a escola, prática do respeito e combate à discriminação, disciplina e cumprimento dos direitos da criança e adolescente.
2. Prática pedagógica
Trata-se da capacidade de fazer com que os alunos assimilem o conhecimento e desenvolvam competências. Mais que isso, de inspirar o desejo de aprender cada vez mais. Esses indicadores identificam se:
- a escola possui uma proposta pedagógica definida e conhecida;
- o planejamento faz parte da rotina da instituição;
- o contexto imediato dos alunos faz parte das aulas;
- os mestres utilizam recursos e estratégias variados para promover a aprendizagem;
- existe incentivo à autonomia e trabalho coletivo;
- a escola adota práticas para a inclusão de estudantes com necessidades especiais.
3. Avaliação
Embora a prova não seja suficiente para mensurar todo o aprendizado e desenvolvimento dos alunos, não podemos ignorar que avaliações são fundamentais no processo educativo. No entanto, mais que um rótulo ou sentença, ela deve servir como um diagnóstico.
A avaliação deve ser pensada como um processo constante de feedback para todos os envolvidos na ação educativa. Para estabelecer os indicadores referentes a essa dimensão, é preciso analisar:
- o monitoramento do processo de aprendizagem dos alunos;
- mecanismos utilizados para a avaliação;
- participação dos alunos na avaliação da aprendizagem;
- avaliação do trabalho dos profissionais da escola;
- acesso e utilização dos indicadores oficiais na promoção de melhorias à educação.
4. Gestão escolar democrática
Como já falamos, a escola é um espaço para a construção da cidadania. Por isso, sua gestão deve ser democrática, pensando nos benefícios da comunidade envolvida e, na medida do possível, possibilitando a participação desse grupo nas decisões.
Por meio de conselhos escolares, os pais, alunos, professores, funcionários e agentes relacionados à promoção do bem-estar comunitário podem e devem estar envolvidos na direção da instituição. A avaliação dessa área abrange questões relacionadas a:
- democratização da informação na comunidade escolar;
- participação das famílias, estudantes e comunidade na gestão por meio de conselhos escolares;
- estabelecimento de parcerias locais e relacionamento da escola com outros serviços públicos;
- estratégias para mediação e solução de conflitos;
- participação em programas de incentivo à melhoria de qualidade promovidos pelo governo federal, estadual e municipal.
5. Formação e condições de trabalho dos profissionais da escola
A qualidade da educação depende muito da capacitação dos profissionais envolvidos e das suas condições de trabalho. Nessa dimensão, os indicadores avaliam se:
- os envolvidos no processo educativo possuem a habilitação necessária;
- os funcionários têm a oportunidade de educação continuada;
- o quadro de funcionários é suficiente para atender à demanda;
- existe assiduidade e estabilidade na equipe escolar.
6. Ambiente físico escolar
A estrutura da escola também é muito importante para favorecer resultados. O ambiente precisa ser limpo, arejado, organizado e agradável, com equipamentos e materiais didáticos necessários à realização de um ensino de qualidade.
A avaliação desse quesito apresenta uma lista de materiais, que a equipe identificará se estão disponíveis em quantidade suficiente, se são adequados à prática pedagógica (qualidade) e se os educadores sabem aproveitá-los para garantir a eficiência no ensino.
7. Acesso, permanência e sucesso na escola
Tão importante quanto trazer as crianças para a escola é garantir que elas permanecerão no sistema educacional até concluir os níveis de ensino e em idade adequada.
O diagnóstico desse aspecto é fundamental para identificar as dificuldades dos alunos e promover ações para melhorar o aproveitamento acadêmico, evitar a reprovação e evasão. Os indicadores avaliam:
- estatísticas que apontam o número de faltas dos alunos;
- taxas de abandono e evasão;
- como a escola atende os alunos da comunidade com defasagem de aprendizagem e necessidades educativas.
8. Avaliações oficiais
Além desses indicadores, os órgãos oficiais analisam o desempenho de alunos por meio de avaliações. Entre elas, destacamos o IDEB, SAEB, a Prova Brasil e o ENEM.
Esses procedimentos levam em consideração as notas obtidas pelos alunos nos testes de Língua Portuguesa e Matemática, além de questionários socioeconômicos que visam conhecer a realidade dos alunos e da comunidade escolar.
Utilização dos indicadores de educação para promover a qualidade do ensino
Os dados obtidos por esses indicadores precisam ser compreendidos como um retrato da realidade escolar. Sua função não é estabelecer um ranking, como vemos na maioria das vezes. Eles devem ser o ponto de partida para a criação de medidas voltadas à melhoria da qualidade do ensino.
Mais que números, eles podem ser utilizados como ferramentas de acompanhamento constante, que permitem identificar problemas, melhorar processos e aprimorar a qualidade do ensino.
Com os recursos tecnológicos adequados, essas informações podem ser agrupadas e cruzadas, permitindo que a equipe escolar tenha uma visão ampla da instituição. É preciso entender quais foram os erros cometidos pelos alunos e, principalmente, encontrar as soluções para tornar o ensino daqueles conteúdos efetivo.
Para isso, pode ser necessário investir na formação continuada de professores, orientação para a utilização de métodos e técnicas de ensino eficazes ou a realização de laboratórios de aprendizagem. O importante é que, de fato, esses números se traduzam em resultados.
Em muitas regiões, estabeleceu-se, inclusive, uma política de bonificação para a escola ou alunos. O resultado é o engajamento da comunidade escolar em ações que favorecem o bom desempenho dos estudantes, o que se reflete no resultado das avaliações oficiais.
Vale lembrar que a qualidade na educação é um conceito dinâmico, que envolve inúmeros aspectos humanos e sociais. Por isso, não podemos pensar apenas nos indicadores mencionados.
Porém, eles são uma ferramenta de diagnóstico importante e interessante para que os gestores acompanhem o progresso dos alunos, avaliem o contexto em que estão inseridos e proponham ações relevantes para beneficiar a comunidade escolar.
Entendeu a importância dos indicadores de educação e como usá-los para melhorar a qualidade do ensino? Gostou do post? Então, compartilhe-o nas redes sociais e marque seus contatos engajados nesta causa.