Planejamento na gestão pública: afinal, como montar?
Aperfeiçoar os serviços prestados pelo setor público não envolve apenas a contratação de funcionários e o investimento em tecnologia da informação e comunicação. Para essas duas iniciativas apresentarem os resultados esperados, é necessário priorizar o planejamento na gestão pública.
Com a escassez de recursos materiais, humanos e financeiros, planejar se tornou uma ação vital para a administração pública e o setor privado. Se não houver procedimentos e objetivos a serem seguidos, as organizações sofrerão com a falta de estratégia, pois é preciso ter agilidade e criatividade para compreender o comportamento do público-alvo.
Neste post, destacaremos a relevância do planejamento estratégico, o impacto dessa atividade nas instituições e os desafios do serviço público para montá-lo. Acompanhe!
Saiba o que é planejamento estratégico
O planejamento estratégico consiste na elaboração de uma série de ações que devem ser realizadas por uma empresa ou órgão público durante determinado prazo. Para criá-lo, é necessário fazer um diagnóstico da conjuntura atual da instituição. Isso pode ser feito por meio da matriz SWOT, cujas letras significam respectivamente:
- strengths — forças (referem-se ao ambiente interno);
- weaknesses — fraquezas (estão relacionadas às deficiências dos serviços de uma organização);
- opportunities — oportunidades (têm ligação com o ambiente externo);
- threats — ameaças (têm origem em fatores externos, como governo e concorrência).
A partir dessa análise, uma instituição começa a traçar estratégias a serem desenvolvidas para conquistar um maior reconhecimento perante o público. As ações a serem implementadas também devem englobar outros parâmetros estabelecidos pelo planejamento estratégico, como:
- missão — razão pela qual uma organização é criada;
- visão — como a instituição pretende ser considerada no futuro;
- valores — princípios que devem nortear os trabalhos e a relação com os stakeholders.
Necessidade
O setor privado não pode abrir mão de estabelecer prioridades para atingir bons resultados. O planejamento na gestão pública também está sendo visto como uma necessidade para desenvolver iniciativas com foco no curto, médio e longo prazos.
A falta de um direcionamento cria uma insegurança nos colaboradores, o que afeta bastante a produtividade. Com objetivos devidamente criados e assimilados pelos funcionários, as organizações ficam mais preparadas para enfrentar os desafios de um ambiente marcado por mudanças mais constantes e intensas.
Entenda por que o planejamento é importante
O setor público e a iniciativa privada precisam dar respostas aos stakeholders sobre as ações realizadas. A transparência é um fator cada vez mais valorizado pelos cidadãos e o mundo corporativo.
A população não é mais uma figura passiva diante dos serviços prestados pelos governos e as empresas. Por isso, as instituições não podem pensar apenas em si mesmas na hora de gerenciar o orçamento, fornecer serviços e adotar inovações para adquirir um maior prestígio junto ao público-alvo.
O planejamento na gestão pública possibilita que o gerenciamento das ações seja feito de acordo com as demandas da população. Por exemplo, um hospital público é construído em um município do interior. Nesse caso, o local deve conter leitos, profissionais de saúde, medicamentos e aparelhos na quantidade ideal para suprir a demanda.
Isso somente pode ser efetivado por meio de um planejamento, que leva em consideração as carências do público-alvo. Também devem estar previstas as ações para o hospital manter um atendimento de alto nível e contar com remédios disponíveis e equipamentos para exames funcionando adequadamente.
PPA
O planejamento na gestão pública se caracteriza por um mecanismo intitulado Plano Plurianual (PPA). Nele, estão estabelecidas as ações a serem efetivadas em quatro anos. Municípios, estados e a União devem implantar esse instrumento para elaborar uma estratégia direcionada ao cidadão.
Ambas esferas da administração pública – federal, estadual e municipal devem se basear no que está previsto no PPA. Ou seja, devem ter um alinhamento com o planejamento estratégico.
O ideal é que os órgãos públicos atuem de maneira integrada para atingir melhores resultados. Por exemplo, a secretaria de Educação e a Guarda Municipal podem atuar conjuntamente em ações de conscientização para evitar acidentes de trânsito.
Veja as diferenças entre o planejamento no setor público e no privado
Planejar é uma ação que deve fazer parte da rotina de qualquer instituição. Apesar disso, há distinções sobre a finalidade dessa medida entre a administração pública e a iniciativa privada. Na primeira, o foco está centrado no cidadão, para que a prestação dos serviços públicos seja efetivada em prol da coletividade.
Também há uma preocupação com o uso do orçamento para o setor público estar adequado à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Outra diferença é que os recursos financeiros não são utilizados para nenhuma finalidade de cunho lucrativo.
Dessa forma, é adotado o planejamento na gestão pública, com exceção das empresas de sociedade de economia mista, como o Banco do Brasil e a Petrobras.
No setor privado, a montagem de um planejamento estratégico visa aumentar a competitividade de uma corporação e torná-la adequada às melhores práticas do mercado.
A criação das metas tem como finalidade aumentar os lucros e expandir a carteira de clientes. Já no setor público, os parâmetros de desempenho estão ligados à qualidade e à abrangência dos serviços disponibilizados à população.
Conheça os principais desafios da gestão pública para planejar
O planejamento tem um papel relevante para os órgãos públicos. Contudo, existem obstáculos que devem ser superados para essa ação ajudar a melhorar os serviços e a qualidade de vida dos cidadãos.
Um deles é a ausência de projetos em longo prazo. Alguns órgãos públicos não visualizam como as atividades podem ser aperfeiçoadas nos próximos anos. As iniciativas têm um foco em tarefas, cujos resultados podem ser percebidos rapidamente.
Outro problema envolve o uso inadequado de recursos financeiros. Por exemplo, uma prefeitura utiliza parte do orçamento para contratar artistas nacionais de renome para festas locais, enquanto muitas escolas necessitam de melhorias, como a instalação de ar condicionado nas salas e compras de computadores.
Também vale destacar a ausência de indicadores de desempenho. No serviço público, alguns órgãos não medem como os serviços impactam os cidadãos. Sem essa referência, torna-se mais complicado implantar uma cultura voltada para o planejamento e a melhoria contínua.
Dificuldade
O excesso de burocracia é outra dificuldade que atrapalha a execução de projetos voltados à inovação. Uma prefeitura, por exemplo, pretende destinar uma área para criar um polo de tecnologia.
Esse processo pode demorar anos por causa de uma série de itens da legislação a serem atendidos. Caso isso fosse resolvido de maneira mais simples, o município teria mais agilidade para atrair investimentos.
O planejamento na gestão pública precisa ser executado não apenas para gerenciar melhor o orçamento, mas também para aumentar a qualidade e a oferta de serviços disponíveis aos cidadãos.
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